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Rui Porto

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‘O Sr. Havaianas’

O brazilian spirit está estampado nuns chinelos de praia? “Todo o mundo usa!” e Rui Porto também contribuiu para esta história de sucesso Havia de chegar o dia em que atingiria uma das “idades maiores”: 50 anos não são todas as marcas que os comemoram, mas para Rui Porto, consultor de comunicação e “midia” do Grupo Alpargatas, esta será uma celebração natural. Meio século de Havaianas, um caso de enorme êxito mundial e um segredo sem qualquer mistério: “O sucesso foi alcançado graças à qualidade do produto: sandália de borracha, confortável, que não machuca e tem um ‘valor percebido’ muito bom, independentemente do modelo.” Democráticas, sim, e também graças a ela, Rui Porto, 63 anos, brasileiro de São Paulo que desde 1985 assumiu a defesa destas “chinelas de enfiar o dedo”, através de “palestras, conferências, encontros entre gente do marketing, da publicidade…” onde o tema debatido passa por uma pergunta: “O que é que a Havaiana tem?”.

Rui é o homem certo para responder: “Atuamos em cada país respeitando as particularidades de cada cultura, mas preservando sempre a essência da marca as Havaianas são democráticas e inclusivas, bem humoradas, irreverentes, ensolaradas, representam o que de melhor existe no Brasil.” Uma fórmula simples, porque simples foi a maneira como apareceram no mercado, em 1962, quando o mundo estava focado em “assuntos bem mais sérios” do que dar atenção a uns chinelos de praia inspirados em um modelo japonês os Zori, 100% fabricados em borracha, com a textura de grãos de arroz na sola. Mas a verdade é que é destas “pequenas invenções” que, por vezes, as revoluções acontecem… E com as Havaianas o mundo mudou a forma de caminhar.

Usadas inicialmente pelas classes trabalhadoras brasileiras porque eram cómodas, duráveis e baratas, chegaram a ser consideradas pelo governo brasileiro, nos anos 80, um “produto de primeira necessidade”, que começou a fiscalizar o seu preço, como fazia com o arroz, por exemplo, e assim manter a inflação sob controlo.

Foi nessa altura que Rui Porto largou o mundo editorial e da publicidade para se focar nestes chinelos e com eles (e por causa deles) correr o mundo. Mas antes de conquistar o mundo, havia um objetivo a cumprir: conquistar as classes média e alta brasileiras, que adorava Havaianas mas que só as calçava em casa. Os anos 90, porém, vieram confirmar a sua legitimidade: “A Havaianas, uma marca entendida como honesta, verdadeira e sincera, tinha passado de um produto uncool para um produto cool. Deixou de ser um simples chinelo de praia de borracha para se converter num símbolo do estilo de vida casual, positivo, inovador e divertido.” Este brasilian spirit, a atitude carioca face à vida, conquistou-nos a todos, claro, com a devida ajuda das campanhas criativas, irreverentes e únicas que conseguiram abrir “as portas do mundo” às Havaianas.

Hoje são 85 os países onde a marca está presente. Para isso contribui e muito o trabalho de Rui Porto, uma espécie de “sr. Havaianas”, um homem orgulhoso, também, pelos compromissos de sustentabilidade na produção, que canaliza as suas atividades de responsabilidade social, colaborando com duas importantes instituições: o Instituto de Investigação Ecológica, que se dedica à proteção de ecossistemas naturais na Amazónia e a Conservation International Brazil, uma organização cuja missão é a proteção dos fundos marinhos e da sua biodiversidade para o bem da humanidade.

“Além disso, os nosso resíduos são totalmente reaproveitados, quer nas próprias sandálias, quer em outros produtos. A água que é captada nos rios para a nossa fábrica é devolvida ao mesmo rio, mas mais limpa e pura do que entrou…”, explica-nos Rui Porto.

A fábrica fica em Campina Grande, no noroeste brasileiro, e nela são produzidos, por ano, 206 milhões de pares de Havaianas. “Se assim não fosse, seria impossível que o coraçãozinho que bate no interior de cada par de Havaianas batesse ao ritmo do samba.”